Alcançando excelência operacional

Por Lúcia Coraça e Jefferson Mendes (*)

O Brasil, assim como outros países emergentes, tem passado por grandes melhorias sociais, com uma nova classe consumidora em contínuo crescimento, baseado em um aumento geral nos níveis salariais. Por exemplo, o salário mínimo do país aumentou em seis vezes entre 1990 (quando era próximo de US$ 50/mês) e 2014 (US$ 300/mês). Embora a produtividade dos trabalhadores florestais também tenha aumentado, esse aumento se deu em um ritmo muito mais lento do que o salarial (de aproximadamente 600 m³/pessoa/ano na década de 90 para 1.500 m³/pessoa/ano atualmente).

Assim, se em 1975 o custo de madeira para produção de celulose no Brasil era de aproximadamente US$ 50 por tonelada de celulose (a valores de 2013), no início dos anos 2000 esse custo tinha aumentado para US$ 80-90. Hoje, o custo médio da madeira de eucalipto posto indústria chega a ultrapassar US$ 120 por tonelada de celulose. Enquanto na década de 1970 o custo da mão-de-obra representava apenas uma pequena fração do custo da madeira posto indústria, hoje representa mais de 40% desse total.

O custo de oportunidade da terra - Teoricamente, a disponibilidade de terras adequadas ao plantio florestal é elevada em muitas regiões da América do Sul e da África; porém, a relação qualidade/produtividade dessas terras varia significativamente, uma vez que por questões econômicas a atividade florestal acaba por restringir-se a áreas agrícolas degradadas, terrenos inclinados, terras de pastagem com baixa produtividade e a áreas próximas as novas fronteiras agrícolas.

Ao mesmo tempo, as florestas plantadas devem estar localizadas relativamente próximas das indústrias às quais a madeira se destina – se, por exemplo, a madeira precisar viajar além de 250 km por via rodoviária, há uma perda significativa de competitividade da indústria abastecida por essa madeira.

Esse fato implica que hoje, no mundo todo, existem várias áreas com aptidão florestal que não são competitivas para fins de produção industrial, por estarem localizadas em regiões com infraestrutura deficiente ou com disponibilidade limitada de água para implantação de unidades industriais.

A localização das plantações em relação à indústria e aos mercados consumidores é um fator chave no sucesso econômico dos empreendimentos florestais.

Na maioria das economias emergentes, terras adequadas para o plantio florestal estão se tornando mais caras à medida que se intensifica a concorrência pelas mesmas.

Em países onde o controle das terras está nas mãos de investidores, fazendeiros e empresas, a valorização é impulsionada pela demanda crescente de terras para usos agrícolas. Em países onde a terra é controlada pelo governo, as mesmas razões levam a uma expectativa de aumento do valor do custo das concessões. Fazendeiros, investidores florestais e empresas agrícolas buscam por terras produtivas, enquanto governos e autoridades tomam consciência do valor político e econômico do recurso terra. Por exemplo, nos início dos anos 2000, um hectare de terra adequada ao plantio florestal no Brasil custava cerca de US$ 500-1.000, sendo que cerca de 60-70% da área adquirida seria efetivamente utilizada para o plantio. O Capex de terra para uma planta de celulose de um milhão de ADt/ano atingia, naquela época, valores entre US$ 100-150 milhões.

Atualmente, o preço de terras para silvicultura oscila entre US$ 1.500-2.500/ha, porém com um menor percentual de uso para plantio florestal em função de requisitos ambientais mais rígidos ou por questões ligadas ao relevo e à infraestrutura. Em consequência, para uma planta industrial moderna, o Capex total em terras aumentou para US$ 200-300 milhões [ver Tabela 1].

Avaliar as oportunidades de investimento e custo das terras é fator preponderante de competitividade. Com sua comprovada experiência em operações florestais, a Pöyry Management Consulting acompanha detalhadamente este mercado e tem fornecido soluções inovadoras para empresas de base florestal. Alguns dos resultados relacionam-se à melhoria de práticas de manejo, aproveitando oportunidades mais imediatas via promoção da excelência operacional e de melhores formas de gestão. Outros, a partir de soluções de inovações tecnológicas, garantindo que essas inovações disruptivas efetivamente agreguem valor a proprietários e operadores florestais.

(*) Lúcia Coraça é diretora de Energia da Pöyry para a América Latina, e Jefferson Mendes é diretor da Pöyry Management Consulting Business.

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